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É difícil dizer por que fotos e comentários sobre gravidez costumam atrair tantos trolls, prontos para criticar as futuras mamães na Internet, mas a grávida australiana Yiota Kousoukas, de 29 anos, foi a última a enfrentar esta situação. Após ouvir diversos comentários, ela decidiu fazer um post no Instagram explicando as razões médicas que fizeram com que sua barriga de grávida crescesse “para dentro”.
Yiota, uma das donas da popular marca australiana de roupas Saboskirt, está grávida de seis meses de seu primeiro filho. Ela tem mais de 209 mil seguidores no Instagram, e alguns deles comentaram sobre sua pequena barriga de gestante. “Os piores comentários foram do tipo: ‘Não há mais um bebê nesta barriga’, ou ‘Comece a comer mais para que seu bebê possa crescer’. Quando comecei a ler comentários como estes, fiquei paranoica, pensando que havia algo errado,” disse ela. “Eu queria que outras mulheres grávidas soubessem que o meu tamanho era consequência de fatores físicos, que estão fora do meu controle”.
Ela compartilhou a explicação que recebeu de seu médico:
*TAMANHO DA BARRIGA* Eu recebo muitas mensagens e comentários sobre o tamanho da minha barriga durante minha gestação, motivo pelo qual quero explicar algumas coisas sobre o meu corpo. Não fico chateada/afetada por estes comentários, mas espero conseguir educar as pessoas, na esperança de que elas julguem menos os outros e a si mesmas. Ao longo dos primeiros quatro meses da minha gestação, meu útero estava retrovertido/invertido, o que significa que estava crescendo “para dentro” do meu corpo, e não para fora. A maioria das pessoas com este tipo de útero se inclina para a frente, por volta das 12 semanas, e continua crescendo normalmente como as outras gestantes. Meu útero não “virou para a frente” até os quatro meses de gravidez porque a posição retrovertida se combinou com cicatrizes de uma década nos ligamentos uterossacros, decorrentes da endometriose. Basicamente, estes ligamentos estão agindo como ‘âncoras’, mantendo meu útero “dentro” e não “fora”, motivo pelo qual minha barriga parece muito menor do que a da maioria das mulheres nos primeiros 4 ou 5 meses. Agora, aos 6 meses de gravidez, ela cresce normalmente enquanto as cicatrizes dos meus ligamentos se expandem lentamente. Meu tronco também é curto e meu abdômen é naturalmente tonificado, o que está deixando minha barriga muito dura, então tive que parar com os exercícios abdominais, para evitar problemas. Este é o meu caso específico, no qual sou orientada pelo meu médico, e não pode ser levado como regra para qualquer outra pessoa. Eu sou perfeitamente saudável, meu bebê está perfeitamente saudável, e é isso que importa. Nossos corpos e barrigas são diferentes e nossas formas e tamanhos também ❤️
“Ao longo dos primeiros quatro meses da minha gestação, meu útero estava retrovertido/invertido, o que significa que estava crescendo “para dentro” do meu corpo, e não para fora,” diz a legenda da imagem.
Embora seja tecnicamente impossível que um útero cresça “para dentro”, de acordo com o Dr. Aaron Styer, endocrinologista reprodutivo, especialista em fertilidade, e diretor médico do CCRM Boston em Chestnut Hill, Massachusetts, a inclinação para trás do útero de uma mulher grávida, pode afetar o tamanho da barriga nos primeiros estágios da gestação.
Afetando uma em cada cinco mulheres, “um útero retrovertido é algo normal e não aumenta a chance de infertilidade ou de aborto espontâneo,” diz o Dr. Styer, que não tratou Yiota.
Yiota explicou que sua situação é ainda mais complicada: além do útero invertido, ela tem cicatrizes nos ligamentos, decorrentes da endometriose que mantêm seu útero no lugar.
Embora estes ligamentos costumem se esticar e expandir durante a gestação, o que permite que o útero cresça para cima e para a frente, seu tecido cicatricial tornou o processo mais lento, impedindo que sua barriga de gravidez se destacasse tanto quanto as de outras mulheres no mesmo estágio da gestação.